Desde o dia 5 de maio, iniciaram as obras de recuperação do Canal Santos Dumont. Primeiro, técnicos da Secretaria de Agricultura e da Emater-DF supervisionaram a entrega dos tubos licitados pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) para serem implantados na parte principal do Canal Santos Dumont. As obras tiveram início na semana seguinte.
“A expectativa é conseguir disponibilizar água para mais 100 mil pessoas das cidades de Planaltina e Sobradinho”, afirma o assessor da Emater-DF, Edvan Sousa Ribeiro. Segundo ele, essa parte da obra é mais complexa e exigiu a contratação de uma empresa, via licitação. Com a compra dos tubos e a finalização da licitação de contratação da empresa.
A obra está sob a coordenação da Caesb, sendo também acompanhada por técnicos da Emater-DF, Secretaria de Agricultura (Seagri) e Agência Reguladora de águas, Energia e Saneamento do DF (Adasa). “A Adasa contratou uma empresa para a adequação do projeto e a Caesb fez a aquisição dos tubos com os recursos da tarifa de contingência”, destaca o assessor.
Ele explica ainda que a execução da obra ficou em R$ 1.850.000,00, recurso disponibilizado pela Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas (Abha). “São recursos de cobrança pelo uso da água em rios federais, que foram revertidos pela Abha para revitalização do Canal Santos Dumont, na bacia do São Bartolomeu”, explica Ribeiro.
O coordenador da área de conservação de água e solo da Emater-DF, Sumar Magalhães lembra que a obra é muito esperada pela comunidade, há anos. “O canal entrou em um processo de degradação com uma perda de água gigante e muitos processos erosivos”, explica Sumar. “Os produtores rurais e os órgãos ligados à área de gestão de recursos hídricos do GDF vêm em um trabalho de mais de três anos para essa revitalização”, afirma o coordenador.
O projeto de revitalização do Canal Santos Dumont foi dividido em duas etapas. A primeira foi a recuperação dos 8,7 quilômetros dos ramais secundários do canal, concluída em 2019. “A obra da primeira etapa teve a tubulação adquirida com recursos da tarifa de contingência da Caesb e o projeto foi feito e executado pela Secretaria de Agricultura e Emater-DF, com a ajuda de mão de obra da comunidade”, relembra Ribeiro.
Agora, serão tubulados os 9,4 quilômetros do canal principal que ainda estão degradados. Por ser mais complexa, as obras do canal principal também foram divididas em duas etapas. A primeira etapa começou agora em maio, com a implantação dos tubos adquiridos pela Caesb.
A segunda etapa consistirá na implantação de uma geomembrana que deverá revestir a parte concretada do canal, que possui pouco menos de dois quilômetros de extensão. Por ser muito antiga, mesmo essa parte de concreto permite grandes perdas de água, por isso a necessidade do revestimento. “O Comitê de Bacias Hidrográficas do Paranaíba, com recursos de cobrança pelo uso da água, vai custear a impermeabilização dessa parte de concreto, por meio da aplicação dessa geomembrana”, explica Pedro Cardoso, da Caesb.
A obra está sendo ansiosamente aguardada pelos usuários do canal, pois a expectativa é que aumentará a oferta de água em cerca de 50%.