Ribeirão Pipiripau. Fonte: ANA
O Grupo de Trabalho da Unidade de Gestão do Projeto Pipiripau (UGP Pipiripau) que trata sobre Monitoramento (GT5), coordenado pela Universidade de Brasília (UnB), identificou que o ribeirão Pipiripau tem registrado queda significativa em sua vazão nos últimos anos, com base na análise dos dados da estação de monitoramento Frinocap (código 60473000) em seu exutório – ponto mais baixo para onde converge a água da bacia.
Essa queda é decorrente de duas causas: os usos consuntivos (que consomem água) para abastecimento humano e irrigação, além dos reduzidos volumes de precipitação nos últimos sete anos.
Nesse ponto de monitoramento, o GT5 identificou um descompasso entre as vazões observadas e as vazões naturais entre 1988 e 2018 em função do uso consuntivo de água na bacia. Segundo o professor da UnB e membro da UGP Pipiripau, Henrique Chaves, a diferença entre a Média de Longo Termo (MLT) das vazões naturais reconstituídas (3,03 metros cúbicos por segundo), e a observada (2,62m³/s) é de 0,41 m³/s.
A partir do monitoramento das vazões da bacia do Pipiripau, o GT5 também identificou que, no período entre 2013 e 2018, a vazão total outorgada, de 0,7m³/s, ficou muito próxima da vazão mínima de restrição na estação Frinocap.
Nesse contexto, o Projeto Produtor de Água no Pipiripau ganha ainda mais importância, já que contribui para regularizar ou manter a vazão do ribeirão com suas ações de conservação de água e solo, como terraceamento, plantio de matas ciliares, readequação de estradas rurais, entre outras ações que contribuem para aumentar a disponibilidade de água diretamente na calha do Pipiripau e indiretamente com o aumento da infiltração do líquido no lençol freático.
Nos últimos sete anos, a bacia tem enfrentado uma redução no volume de chuvas e um aumento no consumo de água, resultando num balanço hídrico desfavorável no ribeirão Pipiripau. Uma das consequências desse processo é a redução da recarga da água subterrânea da bacia, responsável por manter o ribeirão fluindo durante períodos de estiagem.
Por Raylton Alves / Assessoria de Comunicação Social da ANA
