A batata-doce é o carro-chefe da produção agrícola no núcleo rural Santos Dumont, na região administrativa de Planaltina. Dos 90 agricultores da comunidade, cerca de 70% trabalham com o tubérculo, que é comercializado em feiras livres, mercados e na Ceasa-DF. De olho no vigor dessa produção, a Associação dos Usuários do Canal do Santos Dumont (Aucasdu) realizou, no último sábado (29), a 1ª Festa da Batata. O evento reuniu mais de 120 pessoas, além de diversas parcerias e contou com uma programação diversificada, que incluiu palestras técnicas, ações sociais e até um concurso de receitas.
De acordo com a produtora rural Sandra Ribeiro Kikuchi, grande parte dos agricultores do núcleo rural é descendente de japoneses. “Há cerca de 15 anos, começamos a trabalhar com uma muda de batata-doce que veio do Japão. Assim, conseguimos cultivar um produto mais macio, mais sequinho, mais fácil de cozinhar, o que é um diferencial muito positivo para a comercialização”, comenta a produtora.
Segundo a engenheira agrônoma Gesinilde Radel Santos, do escritório da Emater-DF em Planaltina, a cultura da batata-doce é rústica, ou seja, de manejo mais fácil. “O tubérculo pode ser cultivado durante todo o ano a campo aberto, o que diminui os custos de produção”, aponta. A agrônoma da Emater-DF ressalta ainda o caráter nutritivo do alimento, que é “rico em carboidrato de baixo índice glicêmico”, observa.
Qualificação
A Festa da Batata teve início pela manhã, na sede da Aucasdu, com palestras sobre doenças e pragas na cultura da batata-doce (com Alexandre Furtado e Jorge Anderson Guimarães, da Embrapa), plantio e tratos culturais (com os professores José Ricardo Peixoto e Michelle Vilela, da Universidade de Brasília), benefícios sociais e aposentadoria rural (com a extensionista Sônia Lemos, da Emater-DF).
“Queremos que o evento seja cada vez mais participativo. A comunidade do Santos Dumont sempre nos dá ótimas respostas”, afirma o gerente do escritório da Emater-DF em Planaltina, Leandro Moraes. “Acreditamos que a Festa da Batata pode se firmar como uma das principais atrações da área rural do DF”, acrescenta o extensionista.
Concurso incentiva a criatividade e o consumo
Escondidinho, tapioca, chips, bolo, brigadeiros, beijinhos e até um tempurá, prato típico da culinária japonesa: teve tudo isso no concurso de receitas a base de batata-doce. Foram onze concorrentes, todos moradores da comunidade do Santos Dumont. A competição foi organizada pela Emater-DF. “Nosso objetivo é divulgar a produção local, incentivar o consumo da batata-doce e estimular a criatividade do pessoal”, conta a extensionista Sandra Evangelista, da Emater-DF em Planaltina.
Os pratos foram julgados por quatro jurados — dentre eles a engenheira de alimentos Rosa Maria, professora da UnB com doutorado em batata-doce —, que avaliaram a apresentação, criatividade, originalidade e sabor. O primeiro lugar ficou com a produtora Sandra Maria Martins de Souza, que apresentou uma receita de escondidinho de batata-doce com frango cremoso (veja receita abaixo). O segundo foi dado à agricultora Junko Inagaki Kikuchi, que levou o tempurá de batata-doce — uma combinação de verduras e legumes fritos. Já o terceiro foi para Lucia Rodrigues Domingues, que preparou coxinhas de batata-doce fitness. As vencedoras receberam prêmios doados pelo Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob).
Escondidinho de batata-doce com frango cremoso
INGREDIENTES
1kg de batata-doce
2 latas de creme de leite
1 peito de frango
2 tomates
3 dentes de alho
1 cebola média
300g de bacon
300g de queijo
1 colher (sobremesa) de pimenta-do-reino
MODO DE PREPARO
Cozinhe a batata-doce, amasse e faça um purê. Doure o alho e a cebola, acrescente a batata e mexa muito bem. Coloque o creme de leite e reserve.
Para o frango cremoso: em uma panela, doure a cebola e o alho. Junte o frango, o bacon, os tomates, o sal e a pimenta-do-reino e refogue até murchar. Desligue o fogo, acrescente o creme de leite e misture bem.
Por fim, monte e polvilhe queijo por cima.
Com informações da Emater-DF