Ação de reflorestamento “Cerrado no Fórum” levou doadores do Fórum Mundial da água a plantarem em propriedade rural
Imagine você participando de um evento, se sensibiliza com uma causa e faz uma pequena doação para promover a iniciativa. Depois de cerca de nove meses, te procuram e informam que ação será implantada e você será uma das protagonistas. Isto aconteceu com Vanira Tavares e Elizabeth Ribeiro. Elas participaram do 8º Fórum Mundial da Água, ocorrido em Brasília (DF) no período de 17 a 23 de março de 2018. A ação denominada “Cerrado no Fórum”, levou as duas doadoras para plantar mudas de espécies nativas do Cerrado e assim contribuir na compensação das emissões de carbono ocorridas durante o evento, por meio de recuperação de áreas degradas no Distrito Federal.
O plantio ocorreu na última quarta-feira (28/11) na propriedade rural da família de Fátima Cabral, na divisa entre Brasília (DF) e Formosa (GO). Foram utilizadas 430 mudas de espécies nativas do Cerrado representando cada participante que fez doação durante o Fórum Mundial da Água.
Representando os doadores, Vanira plantou a primeira muda na propriedade de Fátima: Ypê Amarelo. Tradutora de inglês/português, ela passou a se interessar por meio ambiente depois que aumentou o número de traduções nesta área. “Sou tradutora de inglês, e desde 2007 a demanda de tradução na área de meio ambiente aumentou muito. Daí eu comecei a fazer compostagem e este ano decidi ir ao Fórum Mundial de Água”, conta.
Já Elizabeth estava aposentada quando recebeu o convite para organizar o Fórum Mundial da Água devido a experiência que ela tem em grandes eventos como as Olimpíadas. “Tenho experiência em organização de eventos. Eu já trabalhei nas Olímpiadas, nos jogos mundiais escolares. Eu até brinquei que de água, eu entendia de natação, porque sou professora de educação física. Eu achei muito interessante o desafio”, avalia.
Além do plantio de mudas, a ação contemplou a plantação de sementes do cerrado por meio de muvuca. A técnica consiste na mistura de sementes de árvores, arbustos e gramíneas do Cerrado. Calcula-se o número de sementes por metro quadrado, elas são misturadas e o plantio se dá a lanço, por meio de máquina mecanizada. A técnica reduz os custos da recuperação de áreas degradadas em relação ao tradicional plantio de mudas, para recuperar grandes extensões de terra com espécies nativas. Enquanto a restauração pelo plantio tradicional de mudas custa em torno de R$ 12 a R$ 15 mil por hectare, o plantio com a técnica da muvuca sai por R$ 5 mil o hectare.
Projeto Produtor de Água
O Programa Produtor de Água foi criado em 2001 e tem como objetivo o uso racional de água no meio rural por meio de ações de revitalização ambiental de bacias hidrográficas, como o reflorestamento e a conservação do solo, em áreas produtivas.
O projeto na bacia hidrográfica do Pipiripau foi implantado em 2012, com participação de 17 parceiros, entre eles a Fundação Banco do Brasil.Os valores investidos no projeto foram em torno de R$ 6 milhões, que custearam a plantação de mais de 360 mil mudas, além de atividades de conservação de solo em mais de 1,3 mil hectares.
Por Kelly Quirino – Fundação Banco do Brasil