
Produtores e parceiros do Projeto Produtor de Águas do Pipiripau durante evento comemorativo
Em comemoração aos 10 anos da assinatura do primeiro contrato do Projeto Produtor de Água do Pipiripau, foi realizada, no dia 01 de julho, uma solenidade no Núcleo Rural Taquara (Planaltina). Na ocasião, sete produtores rurais assinaram o contrato de participação no projeto e dois produtores rurais receberam cheques simbólicos do pagamento por seus serviços ambientais prestados no projeto.
Com a assinatura dos novos contratos, o projeto alcança a marca de 210 contratos assinados desde a sua implementação. Durante o evento também foram apresentados os resultados do projeto na bacia hidrográfica. Desde que foi colocado em prática na bacia do Pipiripau, cerca de 3 milhões de reais foram pagos em serviços ambientais prestados pelos produtores de água da região. Ao todo, estão em processo de recomposição vegetal, 250 hectares, com quase 400 mil mudas plantadas.
Criado em 2001 pela Agência Nacional de Águas, o Programa Produtor de Água chegou ao Pipiripau em 2011, mas entrou em ação efetivamente em 2012, com a assinatura do primeiro contrato. Atualmente 17 instituições contribuem como parceiras na execução do programa na bacia do Ribeirão Pipiripau.
Importância
Segundo a presidente da Emater-DF, Denise Fonseca, não é por acaso que a empresa é parceira desde o início do projeto e atua em todos os grupos de trabalho da Unidade de Gestão do Projeto (UGP): ela destaca a relevância dessa parceria. “É uma imensa satisfação para Emater-DF participar deste importante projeto, contribuir com uma agricultura mais sustentável, auxiliar os produtores com práticas ecologicamente viáveis e mostrar que é possível produzir água”, afirmou a presidente da empresa.
“Entendo que a governança criada pelas 17 instituições parceiras e o apoio dos produtores rurais são os diferenciais para o sucesso desse projeto”, completou.
O diretor-presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), Raimundo Ribeiro, disse que o projeto simboliza um casamento perfeito entre o cidadão e instituições públicas. “A melhor parceria é aquela em que o cidadão se propõe a fazer junto. Trabalharemos para que este programa possa ser comemorado por muito tempo, pois estamos lidando com o maior bem que o mundo tem, a água”, afirmou.
Durante a solenidade, o presidente da Caesb, Pedro Cardoso, saudou os novos contratados e destacou a importância de expandir o projeto. “Esse projeto é uma campanha de preservação do meio ambiente e tudo o que está ligado à produção. A convergência de atores que compõem essa rede de proteção ambiental é fundamental. Precisamos conscientizar sobre o uso racional da água e a preservação do manancial”, disse Cardoso.
O secretário-executivo de Agricultura, Luciano Mendes, falou da importância de transformar a realidade do Distrito Federal em relação à conservação de solo com essa e outras iniciativas. “Queremos cada vez mais conservar o solo e garantir água, que é fundamental para todos”, disse o dirigente da Seagri.
“Nós somos uma nação agrícola e precisamos da água para exercer toda essa potencialidade junto aos produtores de água. O bom exemplo foi feito nesses dez anos, e isso nos inspira a seguir com as correções necessárias para que o programa no DF seja referência em todo o país”, destacou ainda Sebastião Neto, da Embrapa.
O que dizem os agricultores
A produtora Fátima Cabral foi a primeira a assinar o contrato, em 2012. Ela conta que, na época, viu o chamamento no escritório da Emater-DF no Pipiripau e ficou curiosa a respeito do termo “produtor de água”.

Produtor José Barbosa assinou contrato durante o evento
“Busquei informações e hoje entendo que produzir água é produzir biodiversidade, cuidar do solo, cultivar alimentos saudáveis, fazer uso racional da água. Tivemos no projeto a adequação de estradas, plantio de 8 mil mudas em área de nascente e a forma que cultivamos hoje é por meio de agroflorestal”, comemora a produtora rural.
Participante desde o início do projeto, o produtor Vital de Morais Andrade tem uma propriedade de 13 hectares no núcleo rural Taquara e, neste ano, já plantou 600 mudas produzidas por ele. “Ainda vou receber mais 100 mudas da Secretaria de Agricultura. Me encantei de tal maneira com o projeto que não pretendo parar e vou renovar o contrato”, afirmou. “Eu não tinha condições de reflorestar sozinho e recebi ajuda desde o início, além de receber mudas de árvores nativas, recebi apoio para a construção de viveiro, que hoje tem vivências de educação ambiental. Recebemos alunos que visitam o viveiro e plantam mudas”, contou.
Já o agricultor José Carlos Barbosa assinou o contrato durante o evento. “Vi a divulgação em um folder e entrei em contato com a unidade da Emater-DF no Pipiripau. Visitaram minha propriedade, viram as nascentes, fizeram o diagnóstico, o projeto e deram orientações técnicas. Minha área de preservação já é superior ao que a legislação estabelece, mas quero aumentar e revitalizar as nascentes”, explicou José Carlos.
Como participar
Ao aderir ao Projeto Produtor de Água, o produtor rural se dispõe a desenvolver práticas e manejos de conservação de água e solo em sua propriedade.
Os produtores da região da Bacia do Pipiripau, interessados em aderir ou renovar sua participação no projeto, podem procurar a unidade da Emater-DF mais próxima de sua propriedade.
Integram a lista de parceiros do projeto a Adasa, ANA, a Emater-DF, a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do DF (Seagri-DF), a Caesb, a The Nature Conservancy no Brasil (TNC), a WWF- Brasil, o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER), o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal (Ibram), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Secretaria de Meio Ambiente (Sema), a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), a Rede de Sementes do Cerrado, a Universidade e Brasília (UnB), a ONG Pede Planta, o Banco do Brasil e a Fundação BB.
Texto: Carolina Mazzaro – Emater-DF (adaptado)