A Emater-DF e a Agência Nacional de Águas (ANA) finalizaram o processo de contratação de mão de obra para produção de mudas de árvores para o projeto Produtor de Água do Pipiripau. Em parceria com a Secretaria de Agricultura, pelo menos 96 mil mudas de espécies nativas vão começar a ser produzidas na Granja do Ipê e destinadas à restauração florestal da Bacia do Ribeirão Pipiripau, em área de preservação permanente e reserva legal. Duas pessoas foram contratadas por dois anos para trabalhar na produção das mudas. Antes, quatro pessoas faziam esse trabalho.
As mudas serão plantadas em uma área de 48 hectares, que engloba 38 propriedades de produtores que participam do projeto. A proposta visa a melhoria qualitativa e quantitativa da água. A restauração florestal na Bacia do Pipiripau teve início em 2012. De lá para cá, aproximadamente 400 mil mudas foram plantadas em um total de 140 propriedades.
Na sequência ao plantio, o projeto Produtor de Água no Pipiripau fornece de graça aos produtores a manutenção das plantas pelo período dois anos. A manutenção inclui capinas e formação de aceiros (faixas de proteção contra o fogo, feitas ao redor e às vezes dentro das áreas de plantio evitando-se queimadas e incêndios).
Como parte da restauração florestal por meio do plantio, também é realizado o cercamento das áreas para evitar acesso de grandes animais permitindo a regeneração natural e semeadura direta de plantas nativas, com incremento à biodiversidade. A semeadura consiste no cultivo de plantas por meio do uso de sementes sem a necessidade de produzir mudas. As sementes são dispersas diretamente sobre o solo.
Para o coordenador do Programa de Manejo e Conservação do Solo da Emater-DF, Sumar Magalhães Ganem, o Produtor de Água do Ribeirão Pipiripau é um dos mais avançados modelos de preservação e recuperação ambiental para a área rural do DF. “É um grande exemplo de desenvolvimento rural sustentável, que conta com a participação e aquiescência efetiva da sociedade rural e urbana. Trata-se de uma iniciativa de grande sucesso e com grande repercussão em níveis distrital e nacional”, disse.
Como pontos positivos do projeto, Sumar ressalta que o projeto atua na segurança hídrica e ambiental da bacia, remunera agricultores participantes, provê medidas de restauração ambiental, reduz processos erosivos e aumento da infiltração da água no solo e protege e recupera áreas de preservação ambiental.
O programa
Criado para proporcionar revitalização ambiental das bacias hidrográficas do Brasil, o programa Produtor de Água, de responsabilidade da Agência Nacional de Águas (ANA), tem como foco o estímulo ao Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). O programa existe desde 2001 e é realizado a nível nacional.
Na capital, atualmente, a ação está concentrada na Bacia do Pipiripau. O programa tem focado na manutenção de diversas atividades de interesse da sociedade, como a produção de frutas, grãos, carnes, lazer, proteção ambiental e captação de água para abastecimento humano. Desde a crise hídrica do DF, que teve início em janeiro de 2017, esse tipo de ação tem ganhado grande apelo da sociedade e de produtores locais.
Ocupando uma área total de 23.527 hectares, a bacia do Ribeirão Pipiripau localiza-se no nordeste do Distrito Federal na divisa com o município de Formosa (GO). A maior parte da área da bacia localiza-se no Distrito Federal (90,3%), sendo que a região que abriga a nascente do curso principal localiza-se em Goiás.
Parceiros
Financiado pelo governo federal, o projeto, atualmente, possui 17 parceiros, incluindo a Emater-DF e ANA. Além da coordenação da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), participam do projeto Produtor de Águas as secretarias de Agricultura e de Meio Ambiente; a Caesb; o DER-DF; o Instituto Brasília Ambiental (Ibram); a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste; o Banco do Brasil; a Fundação Banco do Brasil; a Rede de Sementes do Cerrado; as ONGs TNC, WWF e Pé de Planta; a Embrapa e a Universidade de Brasília (UnB).
Fonte: Emater-DF